Uma situação comum na escola: o sinal bate e os alunos ficam contentes
porque estão indo para uma aula diferente das outras, divertda e legal:
é hora de brincar na aula de Educação Física. Os professores
de outras disciplinas ficam preocupados porque, quando voltar para a sala, a turma
vai estar irrequieta. Como a matéria não envolve diretamente atividades
intelectuais, às vezes até a desdenham, considerando-a secundária.
Mas o que seria essa disciplina que agrada tanto os alunos e, algumas vezes, chega
a irritar os professores das demais matérias?
Já faz algum tempo que estudiosos da área vem tentando defini-la.
Pensou-se em "Educação do Físico". Mas será
que ela educa somente a parte física e nada mais, negando valores importantes,
como a moral, a cidadania, entre outros? Era uma definição incompleta.
Uma linha pedagógica propôs então "Educação
pelo Físico", conceito parcialmente correto, pois nessa disciplina
realmente ocorre um desenvolvimento educacional do aluno. Mas a Educação
Física apresenta particularidades que não se enquadram perfeitamente
nas teorias pedagógicas, como, por exemplo, a forte competitividade existente
nas práticas esportivas. Além disso, não seria somente
o físico o responsável pela educação, e sim a reflexão
intelectual que ocorre no momento da atividade física. Outras definições
foram formuladas, mas nenhuma que mereça destaque.
Assim, a Educação Física atualmente tem como objeto de
estudo "o homem em movimento" e pode ser entendida como uma área
que interage com o ser humano em sua totalidade, englobando aspectos biológicos,
psicológicos, sociológicos e culturais e a relação
entre eles. Por exemplo: quando um professor de Educação Física
vai ministrar uma aula, seus alunos não terão que, de uma forma
ou de outra, acabar se movimentando? É claro que sim. No entanto, esse
professor, competente que é, não vai observar apenas se os alunos
estão realizando as atividades adequadamente, mas se eles estão
motivados, se participam nas aulas, se as atividades propostas atendem a suas
necessidades e, principalmente, se algum aluno aparenta estar com alguma dificuldade
- seja esta na sua aula, em outra disciplina, na escola ou até mesmo
em casa - que possa estar atrapalhando o processo ensino-aprendizagem. Você
já deve ter notado que o bom professor pensa na totalidade que o aluno
representa! Ainda nesse mesmo exemplo, vamos supor que o conteúdo da
aula era ginástica. As metas traçadas pelo professor poderiam
ser desenvolver o preparo físico dos alunos (aspecto biológico),
aumentar sua auto-estima através da realização do movimento
(aspecto psicológico), melhorar sua sociabilização (aspecto
sociológico), realizar atividades conhecidas e aceitas naquela região
(aspecto cultural) e, por último, relacionar esses aspectos, lembrando
que todos serão trabalhados praticamente ao mesmo tempo.
Como se pode ver, aquela aula que a maioria considera apenas um momento de
recreação não é tão simples quanto parece.
http://www.educacional.com.br/educacao_fisica/educadores/educadores13.asp